quinta-feira, 26 de outubro de 2006

Escravidão pela Imagem


Por que alguns magistas simplesmente não consiguem aceitar Jesus Cristo?

Em uma primeira análise, isso deve-se ao fato deles olharem somente para a imagem de Jesus, esquecendo-se de suas obras. Ele, naquela época, tentou reformar alguns conceitos do judaísmo; tirar o ranço que impregnava aquela religião. Não desejava criar uma outra, queria apenas extirpar a idolatria e mostrar o real sentido da religião, que é o de religar-se ao uno.

Hoje em dia, para muitos, não importa mais o que dizem, mas sim quem diz.

Exemplificando: existem situações em que numa conversa fulano fala que alguém disse tal coisa, então beltrano pergunta quem disse. Fulano fala que foi cicrano e então beltrano replica – bem, se foi cicrano quem disse é porque deve ser verdade. Outras situações, quando beltrano fica preso a uma idéia e fulano não consegue alertá-lo de seu erro, ele recorre ao cicrano e diz – cara, o beltrano está mal e vai cometer uma besteira, avise-o desse erro, ele tem maior respeito por ti, vai lá falar, ele certamente te ouvirá.

Em outras palavras, o ser geralmente está condicionado a ter determinadas reações de acordo com o que cada pessoa representa para ele. Preso a estereótipos, tende a superestimar quem conhece ou subestimar quem desconhece (ou vice-versa), de acordo como a situação o sensibiliza; as simpatias ou antipatias geradas estabalecem seus próprios pré-conceitos. Essa mesma situação se aplica à imagem que se tem de Jesus.

E o porquê disso tudo? Li num blog, recentemente, este trecho que tratava sobre liberdade, mas que reflete bem esse assunto: "Os objetivos nos quais o desejo se orienta são içados na memória do ente. E memória é reflexo do passado. Tudo isto pertence ao âmbito da temporalidade... E só se é livre sendo atemporal".

A paixão ou o ódio que se tem por determinadas pessoas e conceitos são temporais. Libertar-se destes preconceitos é saber hoje que amanhã eu os observarei com outros olhos, que os compreenderei.


Escrito por Leonard :::

segunda-feira, 2 de outubro de 2006

Verdades sobre a Magia


A magia trevosa é basicamente emocional. Só funciona nas vítimas que estiverem na mesma freqüência emocional dos feiticeiros e seus asseclas astrais.

A energia gerada pelas egrégoras trevosas funciona através do ódio, do medo e da sugestão, e o objetivo é sempre a dor e o desespero.

Na verdade, o que todo feiticeiro deseja é a ditadura espiritual e o domínio sobre os outros, através das forças elementais da natureza. O feiticeiro deseja comandar, mas acaba, ele mesmo, sendo um escravo das forças perversas que desencadeia.

O mal vai e vem. A semeadura das ações é livre, mas ninguém deve esquecer-se de que a Lei do Carma é inexorável e regulada por códigos siderais, que estão além do entendimento dos homens.

Se a semeadura é livre, a colheita é obrigatória.
Quem planta o mal, acaba colhendo espinhos.

Quem planta amor não é bem compreendido no seio de seus irmãos terráqueos, que chafurdam ainda na animalidade, mas é compreendido pela natureza e pelo tempo, que, na devida ocasião, lhes apresentará os frutos harmônicos do bem, pois, quem planta amor colherá, sem dúvida, muito carinho pela eternidade afora.

Que ninguém se esqueça da própria imortalidade e nem dos atributos internos que cada pessoa deve ter.

A melhor maneira de defender-se do mal não é usar nenhum amuleto, círculo mágico ou ritual obscuro, mas sim, usar o talismã do bom pensamento, a magia branca do amor e do perdão, o mantra da boa palavra, a energia do sentimento e, acima de tudo, o ritual de ser uma pessoa equilibrada a todo instante.


Escrito por Wagner Borges

quarta-feira, 26 de julho de 2006

O Recipiendário


O mago dispõe de uma força que conhece, o feiticeiro procura abusar do que ignora. O mago é soberano pontífice da natureza, o feiticeiro não passa de um profanador. O feiticeiro é para o mago o que o supersticioso e o fanático são para o homem verdadeiramente religioso.

Antes de ir mais longe, definamos claramente a magia. A magia é a ciência tradicional dos segredos da natureza, que nos vem dos magos. Por meio desta ciência, o adepto se acha investido de uma espécie de onipotência relativa e pode agir de modo que ultrapassa a capacidade comum dos homens.

Saber, ousar, querer, calar - eis os quatros verbos do mago, que estão escritos nas quatro formas simbólicas da esfinge. Estes quatros verbos podem combinar-se mutuamente de quatro modos e se explicam quatro vezes uns pelos outros.

(...)

Aprender a vencer-se é, pois, aprender a viver, e as austeridades do estoicismo não eram um vã ostentação de liberdade! Ceder às forças da natureza é seguir a corrente da vida coletiva, é ser escravo das causas segundas. Resistir à natureza e dominá-la é fazer para si uma vida pessoal e imperecível, é libertar-se das vicissitudes da vida e da morte. Todo homem que está pronto a morrer ao invés de abjurar a verdade e a justiça, é verdadeiramente vivente, porque é imortal na sua alma.

A inteligência e a vontade têm por auxiliar e por instrumento uma faculdade muito pouco conhecida e cuja onipotência pertence exclusivamente ao domínio da magia: quero falar da imaginação, que os cabalistas chamam o "diáfano" ou o "translúcido". Efetivamente, a imaginação é como o olho da alma, e é nela que as formas se desenham e se conservam, é por ela que vemos os reflexos do mundo invisível, ela é o espelho das visões e o aparelho da vida mágica: é por ela que curamos doenças, que influímos sobre as estações, que afastamos a morte dos vivos e ressucitamos os mortos, porque é ela que exalta a vontade e que lhe dá domínio sobre o agente universal.

A imaginação é o instrumento da "adaptção do verbo".

A imaginação aplicada à razão é o gênio.

A razão é una, como o gênio é uno na multiplicidade das suas obras.

(...)



Trechos do Capítulo 1, O Recipiendário, do livro Dogma e Ritual de Alta Magia, escrito por Eliphas Levi